A hepatite consiste na inflamação das células do fígado e pode decorrer de diversos fatores, sendo o mais comum os vírus – denominadas de vírica ou viral. Existem, no entanto, outras causas associadas ao surgimento desta doença: o uso de determinados remédios, o consumo de álcool ou drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.
No contexto desta enfermidade, existem 6 tipos diferentes: A, B, C, D, E, G.
A Hepatite A é a mais frequente em Portugal, surge na infância ou fase de jovem e cura-se num período de três a cinco semanas – não havendo evolução para doença crónica. Ainda que o nível de gravidade associado a esta doença seja baixo, em contextos de escassas condições sanitárias pode levar a complicações ou até mesmo a morte.
A Hepatite B é a que afeta mais pessoas em todo o mundo, esta patologia pode evoluir para cancro do fígado e tornar-se numa doença crónica ou até mesmo ser fatal. A principal forma de transmissão são as relações sexuais e a partilha de seringas utilizadas com drogas injetáveis.
Estudos indicam que existam 150 mil doentes com Hepatite C em Portugal. Esta pode evoluir para formas crónicas e a forma mais recorrente de transmissão é a partilha de seringas e as relações sexuais (ainda que menos comum do que o caso da Hepatite B), ou pessoas que tenham recebido uma transfusão sanguínea antes de 1992.
Doentes com Hepatite B podem aumentar a gravidade da sua infeção tornando-se em Hepatite D. O contágio é feito através do contacto com sangue anteriormente contaminado ou com fluídos sexuais. Ainda que não exista uma cura, a imunização contra a hepatite B previne igualmente a infeção deste vírus.
A Hepatite E transmite-se pelo consumo de água ou alimentos contaminados e, ainda que não se encontre comercializada, já existe uma vacina testada. Estima-se que atinja 4,2% da população portuguesa, porém não existe o risco de evoluir para estado crónico.
Por fim, a Hepatite G é o mais recente tipo de hepatite pelo que não se conhecem ainda todas as formas de contágio possível mas sabe-se que, acima de tudo, a sua transmissão é feita através do contacto sanguíneo.
Enquanto existem alguns sintomas que são transversais a todos os tipos de hepatite (para além da inflamação do fígado): pele e olhos amarelos, náuseas, vómitos, febre, fadiga e mal-estar, dor abdominal.
Ainda assim, existe vacina para alguma destas enfermidades – relembramos a importância da vacinação – como a Hepatite A e B (a primeira é administrada a todos os que viagem para zonas do mundo em que esta doença seja endémica, já a segunda última faz parte do Plano Nacional de Vacinação).
Como indicado anteriormente, as hepatites podem ser transmitidas de duas formas diferentes – por via de água e alimentos contaminados em zonas endémicas, ou por via sanguínea e sexual – e é necessário adotar algumas formas de prevenção de forma a evitar o contágio:
Para o primeiro tipo de transmissão:
– Lavar as mãos antes de tocar em alimentos;
– Beber apenas água engarrafada e selada e usá-la também para lavar os dentes;
– Evitar o consumo de marisco, frutas e vegetais crus;
– Cozinhar sempre bem os alimentos.
Já para o segundo tipo de transmissão:
– Evite o contacto com sangue potencialmente contaminado;
– Usar sempre luvas (no caso de profissionais de saúde);
– Não partilhe objetos cortantes ou de uso pessoal (lâminas de barbear, escova dos dentes, acima de tudo);
– Use preservativo nas relações sexuais.
Nos idosos, as hepatites virais são as causas mais comuns no surgimento de complicações e infeções pois existe o declínio da capacidade de recuperação fisiológica e imunológica e aumentam as chances de infeções crónicas.
Assim, é importante que exista uma consciencialização dos cuidadores e familiares para a importância da adoção de métodos preventivos que podem ajudar no surgimento destas doenças: ter uma higiene cuidada, lavar bem as mãos, ingerir apenas água filtrada ou fervida, lavar bem os alimentos antes de os consumir, ter cuidado com a automedicação e o uso abusivo de determinados fármacos, garantir uma boa alimentação e utilizar proteção no contexto da sexualidade – que muitas vezes é desvalorizada nesta faixa etária -, são apenas algumas das dicas que pode seguir de forma a manter-se saudável em todos os momentos.
Esteja atento aos sintomas e consulte o seu médico de família quando necessário que possa acompanhar as suas dúvidas ou questões.
Cuide de si!